domingo, 29 de abril de 2012



"– A vida, senhor Visconde, é um pisca-pisca.
 A gente nasce, isto é, começa a piscar. 
Quem para de piscar chegou ao fim, morreu. 
Piscar é abrir e fechar os olhos – viver é isso. 
É um dorme e acorda, dorme e acorda, até que dorme e não acorda mais
 [...] A vida das gentes neste mundo, senhor Sabugo, é isso. Um rosário de piscados. Cada pisco é um dia. Pisca e mama, pisca e brinca, pisca e estuda, pisca e ama, pisca e cria filhos, pisca e geme os reumatismos, e por fim pisca pela última vez e morre.
– E depois que morre?, perguntou o Visconde.
– Depois que morre, vira hipótese. É ou não é?" 

(Monteiro Lobato - Memórias de Emília)

6 comentários:

Meg disse...

Nossa Aurinha, estou na penúltima!!! Cruz , credo!!!

Meg disse...

Nossa Aurinha, estou na penúltima!!! Cruz , credo!!!

áurea maria disse...

Meg,
Estamos... o importante é não parar de piscar. rsrsrsrs

Neusa disse...

Faltou um pisca importante, vamos acrescentar:
Pisca e paparica os netos!
E tem mais, vamos criando outros piscas bons, nada de virar hipótese!

Neusa disse...

Mas Emília é td de bom, né! De uma irreverência deliciosa!

áurea maria disse...

Neusa, este pisca e paparica os netos é uma delicia.
A Emília acho que foi a melhor criação de Monteiro Lobato. A minha infância foi maravilhosa lendo toda coleção do Sítio. Eu vivia tudo aquilo.