domingo, 20 de março de 2011

Loucos e Santos - Oscar Wilde


"Eu escolho meus amigos não pela pele ou outro arquétipo qualquer, mas pela pupila.

Tem que ter brilho questionador e tonalidade inquietante.

A mim não interessam os bons de espírito nem os maus de hábitos.

Eu fico com aqueles que fazem de mim louco e santo.

Deles eu não quero resposta, eu quero o meu avesso.

Que me tragam dúvidas e angústias e agüentem o que há de pior em mim.

Para isso, só sendo louco.

Eu quero os santos, para que não duvidem das diferenças e peçam perdão pelas injustiças.

Eu escolho meus amigos pela alma lavada e pela cara exposta.

Eu não quero só o ombro e o colo, eu quero também a sua maior alegria.

Amigo que não ri junto, não sabe sofrer junto.

Meus amigos são todos assim: metade bobeira, metade seriedade.

Eu não quero risos previsíveis, nem choros piedosos.

Eu quero amigos sérios, daqueles que fazem da realidade a sua fonte de aprendizagem, mas lutam para que a fantasia não desapareça.

Eu não quero amigos adultos nem chatos.

Quero-os metade infância e a outra metade velhice!

Crianças, para que não esqueçam o valor do vento no rosto; e velhos, para que nunca tenham pressa.

Eu tenho amigos para saber quem eu sou.

Pois ao vê-los loucos e santos, bobos e sérios, crianças e velhos, nunca me esquecerei que a "normalidade" é uma ilusão imbecil e estéril."

(Loucos e Santos - Oscar Wilde)


“A ostra se abre totalmente na lua cheia.
Quando o caranguejo a vê,
joga uma pedrinha ou alga marinha,
e ela, não podendo mais se fechar,
serve de alimento para ele.
Tal é o destino de quem abre demais a boca
e se coloca, portanto, a mercê de seu ouvinte.”

(Leonardo da Vinci)

"Você está vivo.

Esse é o seu espetáculo.

Só quem se mostra se encontra.

Por mais que se perca no caminho."

(Cazuza)

"O que verdadeiramente somos é aquilo que o impossível cria em nós." (Clarice Lispector)