sábado, 28 de abril de 2012


“O tempo fluía lentamente. O tique-taque do relógio empurrava o silêncio, insistia em querer afastá-lo, mas o silêncio opunha-lhe a sua massa espessa e pesada, onde todos os sons se afogavam. Sem desfalecimento, um e outro lutavam, o som com a obstinação do desespero e a certeza da morte, o silêncio com o desdém da eternidade.”

(José Saramago em “Claraboia”)

um carinho da amiga Neusa 

"Quem teve o privilégio de viver muito sabe que o tempo é um mestre muito caprichoso. Às vezes, as suas lições são tão repentinas que quase nos afogam. Outras vezes, elas se depositam devagar como conta gotas diante da avidez das nossas perguntas. E, por isso, quem teve o privilégio de viver muito tempo, aprende a olhar com serenidade o turbilhão da vida.

Amores ardentes se extinguem. Urgências se acalmam. Passos ágeis, alentam.

Enfim, tudo muda. Muda o amor, mudam as pessoas, muda a família, só o tempo permanece do mesmo modo, sempre passando.

Um brinde ao tempo que esculpiu no meu rosto e na minha alma a sua marca que tanto me orgulho.

Ao Tempo!.... Ao Tempo....."

(No último capítulo da Novela Vida da Gente, a personagem Iná (Nicete Bruno) encerrou a novela com este texto....)