sábado, 12 de julho de 2008

" Se pela força da distância tu te ausentas...

pelo poder que há na saudade voltarás!"

(Pe. Fábio de Melo)

“Para encontrar um amigo, devemos fechar um olho. Para conservá-lo, devemos fechar os dois” (Norman Douglas, escritor britânico)

Humor


“O maior erro de Noé foi não ter matado as duas baratas que entraram na Arca”. (Millôr Fernandes)

“A lesma é lenta. Ainda bem. Já pensou se esse bicho nojento corresse?” (Sérgio Maldonado)

ANSIEDADE AFETA O CÉREBRO

Ansiedade afeta o cérebro


A “fracassomania”- convicção de que nenhuma iniciativa própria dará certo – e o pavor de falar em público podem ser muito mais do que simples traços de uma personalidade tímida.

A auto-avaliação negativa é porta de entrada do Transtorno de Ansiedade Social (TAS), uma doença neurológica que acomete entre 5% e 13% da população mundial – menos de 1%, porém, tem consciência de que se trata de uma doença.

Se não tratado o TAS pode evoluir para casos graves de depressão, consumo de álcool e drogas. “Se a pessoa tem algum prejuízo no desempenho social, acadêmico ou profissional por dificuldade de se expor em público, ela pode sofrer de TAS, e isso tem tratamento”, diz a psiquiatra e terapeuta comportamental Maria Cecília Freitas Ferrari, da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP) em Ribeirão Preto.
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Em estudo premiado em abril deste ano como o segundo melhor trabalho do 16° Congresso Europeu de Psiquiatria, em Nice, na França, Maria Cecília identificou que o TAS se manifesta por meio de uma ampliação da área da amídala cerebral, região associada às emoções, e diminuição do volume do córtex cingulado anterior, envolvido no planejamento e execução das ações.

Entre 2006 e 2007, foram realizados testes em 67 estudantes da própria USP Ribeirão Preto, com idades entre 18 e 30 anos, divididos em três grupos. Um grupo tinha pessoas diagnosticadas com TAS. O grupo intermediário apresentava transtorno subclínico (com sintomas, mas sem prejuízos ao desempenho social). O terceiro não apresentava qualquer traço da doença.

Todos tinham de falar diante de uma câmera de vídeo. Durante o teste, foram monitorados calor, sudorese e pressão arterial. Os voluntários também foram submetidos a ressonância magnética, para análise de quais estruturas do cérebro eram afetadas.

Maria Cecília explica que a identificação de áreas do cérebro pode abrir caminho para a criação de remédios mais eficazes contra a doença.
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O psiquiatra do Ambulatório de Ansiedade do Instituto de Psiquiatria da USP, em São Paulo, Luiz Vicente de Mello lembra que muitos pesquisadores no mundo inteiro estão utilizando ressonância magnética para estudar doenças psiquiátricas.

“O Transtorno do Pânico, por exemplo, está associado a alterações nas mesmas regiões do TAS”, diz. “Mas há um longo caminho até a criação de um medicamento: a ressonância indica uma direção.”Mello aponta um uso mais imediato para a técnica: monitorar a resposta à psicoterapia.

(Reportagem de Brás Henrique, colaboração de Alexandre Gonçalves – Estadão de 08/07/08).