quarta-feira, 6 de fevereiro de 2008

A Lucidez Perigosa

A Lucidez Perigosa:

Estou sentindo uma clareza tão grande que me anula como pessoa atual e comum: é uma lucidez vazia, como explicar?

Assim como um cálculo matemático perfeito do qual, no entanto, não se precise.

Estou por assim dizer vendo claramente o vazio.

E nem entendo aquilo que entendo: pois estou infinitamente maior que eu mesma, e não me alcanço.

Além do que: que faço dessa lucidez?

Sei também que esta minha lucidez pode-se tornar o inferno humano - já me aconteceu antes.

Pois sei que - em termos de nossa diária e permanente acomodação resignada à irrealidade - essa clareza de realidade é um risco.

Apagai, pois, minha flama, Deus, porque ela não me serve para viver os dias.

Ajudai-me a de novo consistir dos modos possíveis.

Eu consisto, eu consisto, amém.

(Clarice Lispector)
“Para sempre é muito tempo.
O tempo não pára!
Só a saudade é que faz as coisas pararem no tempo...”
(Mário Quintana)
“Feliz aquele que transfere o que sabe e aprende o que ensina”. (Cora Coralina)

Cora Coralina (1889 – 1985)
pseudônimo de Ana Lins dos Guimarães Peixoto Bretas. Poetisa brasileira.
Mulher simples, doceira de profissão, tendo vivido longe dos grandes centros urbanos, alheia a modismos literários, produziu uma obra poética rica em motivos do cotidiano do interior brasileiro, em particular dos becos e ruas históricas de Goiás.

Epitáfio


Epitáfio

(Titãs )

Devia ter amado mais
Ter chorado mais
Ter visto o sol nascer
Devia ter arriscado mais
E até errado mais
Ter feito o que eu queria fazer
Queria ter aceitado as pessoas como elas são
Cada um sabe a alegria e a dor que traz no coração

O acaso vai me proteger
Enquanto eu andar distraído
O acaso vai me proteger
Enquanto eu andar...

Devia ter complicado menos
Trabalhado menos
Ter visto o sol se pôr
Devia ter me importado menos
Com problemas pequenos
Ter morrido de amor
Queria ter aceitado a vida como ela é
A cada um cabe alegrias e a tristeza que vier

O acaso vai me proteger
Enquanto eu andar distraído
O acaso vai me proteger
Enquanto eu andar...

Devia ter complicado menos
Trabalhado menos
Ter visto o sol se pôr.

"O espírito se enriquece com aquilo que recebe; o coração, com aquilo que dá." (Victor Hugo)

Mãe

"Mãe é o amigo mais verdadeiro que temos
quando a dificuldade dura e repentinamente cai sobre nós;
quando a adversidade toma o lugar da prosperidade;
quando os amigos, que se alegram conosco nos bons momentos, nos abandonam;
quando os problemas complicam-se ao nosso redor, ela ainda estará junto de nós,
e se esforçará, através de seus doces preceitos e conselhos,
para dissipar as nuvens de escuridão,
e fazer com que a paz volte aos nossos corações”.

(Washington Irving)