domingo, 17 de agosto de 2008

Chaves Ocultas

Chaves Ocultas

Dei duas voltas na chave,
As janelas e cortinas fechei,
Tirei o telefone do gancho,
Todas as luzes da casa apaguei.

Quis ser cego por um dia,
Para tentar melhor enxergar,
O que trago, de fato, na alma,
Que a angústia não deixa aflorar.

Tateei pra encontrar o caminho,
Por cantos que, há muito, eu não via.
Também era escura minha alma,
Tão pouco dela eu conhecia.

Achei tantas portas fechadas.
Por quê? Eu tentei me lembrar.
Por entre as sombras do passado,
As chaves tentei encontrar.

Achei-as ocultas num canto;
Dezenas, ao todo, eu contei.
Lembrei que abriam as portas,
Dos sonhos que eu nunca ousei!

Colhi cada uma, com pressa,
E abri cada porta, em seguida.
Senti bater forte o meu peito,
E a luz invadir minha vida!

Voltei dessa busca mais moço e mais forte!
Eu, antes perdido, encontrei o meu norte!
Os prantos e medos? Lancei-os ao vento!
Portas e janelas abri a um só tempo!

A luz inundou onde trevas havia!
A vida se abriu e me disse: “Bom Dia!”

(Adilson Luiz Gonçalves)

Nenhum comentário: