(...)
“Na primeira noite,
Eles se aproximam
E colhem uma flor do nosso jardim
E não dizemos nada.
Na segunda noite,
Já não se escondem:
Pisam as flores, matam o nosso cão,
E não dizemos nada.
Até que um dia, o mais frágil deles
Entra sozinho em nossa casa,
Rouba-nos a lua e, conhecendo o nosso medo,
Arranca-nos a voz da garganta.
E porque não dissemos nada,
Já não podemos dizer nada.”
Eles se aproximam
E colhem uma flor do nosso jardim
E não dizemos nada.
Na segunda noite,
Já não se escondem:
Pisam as flores, matam o nosso cão,
E não dizemos nada.
Até que um dia, o mais frágil deles
Entra sozinho em nossa casa,
Rouba-nos a lua e, conhecendo o nosso medo,
Arranca-nos a voz da garganta.
E porque não dissemos nada,
Já não podemos dizer nada.”
(Eduardo Alves da Costa)
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