Muitas vezes nos magoamos com palavras ou atitudes de
pessoas que nos são caras (só o que ou quem nos importa é que nos machuca).
E uma vez instalada a mágoa, o que fazer? Esperar passar?
Aprendi, não sem dor, que mágoa não passa. O que passa, em
minha opinião, é raiva.
A única coisa que podemos fazer para amenizar nossa alma
(porque a mágoa dói na alma) é o perdão. Se a mágoa nos envenena e machuca, o perdão
nos alivia e cura.
Então resolvido: perdoamos e está tudo no controle
novamente. Simples assim.
Não.
Momentaneamente ficamos realmente aliviados e com a aparente
sensação de cura, mas eis que surge para nos assombrar, o não esquecimento.
No meu caso, e isto pode até não ser regra, já perdoei
bastante, mas não consegui esquecer o que de fato me magoou. Parece até com a dor que tive com crises de
inflamação do nervo ciático. Na calada da noite ele (o nervo ciático),
sorrateiramente, vez ou outra, parece me avisar e ameaçar: olha hein, eu estou
aqui!
Isto é triste. Então pra que perdoar se não conseguimos
esquecer? Perdoamos porque isto é melhor pra nós (o sofredor da ofensa). Já li
em algum lugar: “Perdoar não é esquecer. Perdoar é parar de sofrer.”
A pergunta, na verdade é outra. Se isto nos magoou tanto,
temos que continuar convivendo com quem nos machucou? Que necessidade temos
disto?
Se nos machucou, como disse acima, é porque a mágoa veio de
quem nos é muito querido e por isto dói tanto. E perdê-lo, perder a convivência
com ele, na verdade, nos é impossível ou mais doloroso.
É isto.
Citando Chico Xavier : “Fico triste quando alguém me ofende,
mas, com certeza, eu ficaria mais triste se fosse eu o ofensor... Magoar alguém
é terrível!