Um Violeiro Toca
(Almir Sater)
Quando uma estrela cai,
no escurão da noite,
e um violeiro toca suas mágoas
Então os olhos dos bichos,
vão ficando iluminados
Rebrilham neles estrelas
de um sertão enluarado.
Quando o amor termina,
perdido numa esquina,
e um violeiro toca sua sina
Então os olhos dos bichos,
vão ficando entristecidos
Rebrilham neles lembranças
dos amores esquecidos.
Quando um amor começa,
nossa alegria chama,
e um violeiro toca em nossa cama
Então os olhos dos bichos,
são os olhos de quem ama
Pois a natureza é isso,
sem medo nem dó nem drama.
Tudo é sertão, tudo é paixão,
se o violeiro toca
A viola, o violeiro e o amor se tocam.