"Ao final, não nos lembraremos tanto das palavras de nossos inimigos,
senão dos silêncios de nossos amigos."
(Martin Luther King, Jr)
"A casa sem dono certo, é de todo amigo que vem...Tem um portão bem aberto, você é dono também!"
"Quem teve a idéia de cortar o tempo em fatias,
Esta Vida Louca
(Mina Mazzini)
Quando eu sinto sua falta
Eu preciso de calma
Sinto meu coração que se condena
Porque o pensamento
Não dá o tempo
De sentir o que sinto por você
Mesmo se estiver dentro
Este sentimento
Sinto que é eterno
Essa ladainha que me leva
Porque eu não te tenho
Não há a sua boca dentro da minha boca
Por isso, quero dizer que eu não desisto
Mesmo se você estiver dentro
Este sentimento
Eu sinto que é eterno
Essa ladainha que me leva
Porque eu não te tenho
Não há a sua boca dentro da minha boca
Por isso, quero dizer que eu não desisto
Esta vida louca louca louca
Com a sua realidade loca
Que me deixa louca louca louca
Sem a serenidade
Mas abro minha boca para este sofrimento
Que não me abandona a mim me toca
Esta vida louca
Mesmo se estiver dentro
Este sentimento
Sinto que é eterno
Essa ladainha que me leva
Porque eu não te tenho
Não há a sua boca dentro da minha boca
Por isso, quero dizer que eu não desisto
Esta vida louca louca louca
Com a sua louca realidade
Que me deixa louca louca louca
Sem a serenidade
Mas eu abro minha boca para este sofrimento
Que não me abandona porque a mim me toca
Esta vida louca
Porque tu me faltas
E sinto falta de sua boca
Porque a mim me toca
Esta vida louca
Cama Vazia
(Rita de Cássia - Composição: Celso Fonseca)
“Em todos os caminhos de crescimento humano, tanto psicológico quanto espiritual, uma ênfase especial é dada à questão da mágoa. Não só pelo sofrimento que ela produz, mas também pelo transtorno que provoca nos relacionamentos.
Qualquer que seja o nome que damos a esse sentimento, seja mágoa, rancor, ressentimento ou vingança, ele se caracteriza pela amargura na alma, uma sensação de injustiça a partir do mal que alguém nos fez.
Alem da dor, o componente fundamental da mágoa é a sua permanência. É uma incapacidade de parar de sofrer, mesmo com o passar do tempo.
E como é impossível levar nossas vidas sem sermos machucados pelas outras pessoas de vez em quando, tendo em vista a imperfeição da natureza humana, corremos o risco de acumular feridas e nos tornarmos pessoas amargas, desiludidas e sofredoras.
A mágoa é uma forma de guardarmos para depois coisas que não queremos resolver na hora.
Uma das características da vida é que ela só pode ser vivida no presente. O passado e o futuro, apesar de existirem na nossa cabeça, não têm existência real.
Seria uma grande tolice imaginarmos que podemos respirar para amanhã, que podemos viver ontem.
O natural é que as coisas sejam vividas, mesmo as ruins, no momento em que elas ocorrem.
O sentimento de raiva, que é natural, tem o objetivo de nos ajudar a resolver nossos problemas, incluindo as ofensas, traições ou quaisquer outros atos que as pessoas produzam.
Quando somos inibidos na nossa raiva, quando temos medo de expressá-la, ela esfria dentro de cada um de nós e se transforma em mágoa.
Mágoa é toda raiva que ficou para depois. É a raiva dentro da geladeira. É o medo de resolvermos nossos conflitos com outras pessoas no momento em que aparecem.
Guimarães Rosa define, magistralmente, a mágoa no seu livro Grande Sertão Veredas: “Mágoa é lamber frio o que o outro cozinhou quente demais para nós”.
...
Uma vez porem, instalada a mágoa, só nos resta uma saída: o perdão. Se a mágoa nos envenena e machuca, o perdão nos alivia e cura.
Pode-se medir a sanidade psicológica de alguém por sua capacidade de perdoar.
O perdão é a ponte que nos faz sair da depressão para a alegria: “Perdoai as nossas ofensas, assim como nós perdoamos aqueles que nos têm ofendido”.
Por que tanta dificuldade em perdoar? Porque há equívocos em torno do perdão que dificultam o exercício dele.
Primeiramente há uma crença falsa de que o beneficiário do perdão é a pessoa que nos ofendeu. O perdão é algo bom pra quem perdoa. Perdoar é ficar livre da dor causada pelo outro. É ficar livre daqueles que nos magoaram. E um presente dado a nós mesmos.
Em segundo lugar, há uma idéia igualmente falsa de que, ao perdoarmos, devemos esquecer o mal que nos fizeram e voltar a ter com a pessoa o mesmo relacionamento de antes. Perdoar não é esquecer. É apenas parar de sofrer.
Devemos, porém, aprender com a experiência e podemos, a partir daí, escolher qual relacionamento teremos com o ofensor. Perdoar não significa fazer de conta que nada aconteceu. Pelo contrário, temos de levar em conta a experiência, revendo a relação, e por isso mesmo, nos livrando do sofrimento.
Perdoar os outros é o presente que oferecemos a nós mesmos.
Chega de carregar na alma as ofensas e os que nos ofenderam.”
(Fonte: mensagem recebida)
Para isso não é necessário ter agilidade, musculatura, pele de porcelana, olhar luminoso, mas que a alma tenha crescido, com galhos, folhas, raízes, e quem queira possa se aninhar ali.
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A chegada da velhice não precisa enferrujar a alma. Sendo inevitável, ela devia ser aguardada e recebida como uma amiga há muito anunciada. E ela vem aos poucos, vem mansa. Não precisamos pedir desculpas quando ela chega, inventando para os outros que temos menos idade do que temos. Não precisamos nos desculpar nem por ainda querer alegrias e curtir atividades, nem por talvez precisar de ajuda e atendimento.
O espírito é mais importante do que rugas, manchas, andar lento, o corpo encolhido: não o espírito jovem, mas um espírito próprio de cada idade, aberto e gentil.
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Para que espírito jovem? Quem nos convenceu de que o nosso espírito de agora é pior, de que toda a experiência nada vale, as descobertas, um mundo que se abriu em tantos anos?
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Por que eu quereria ter a alma sempre jovem, e quem disse que ela é necessariamente melhor do que a minha, se tenho setenta ou oitenta anos, e não sucumbi ao mau humor e ao ressentimento?"
(Trecho do livro Múltipla Escolha de Lya Luft)
“- A gente só conhece bem as coisas que cativou, disse a raposa. Os homens não têm mais tempo de conhecer coisa alguma. Compram tudo prontinho nas lojas. Mas como não existem lojas de amigos, os homens não têm mais amigos. Se tu queres um amigo, cativa-me !
- Que é preciso fazer? Perguntou o principezinho.
- É preciso ser paciente, respondeu a raposa. Tu te sentarás primeiro um pouco longe de mim, assim, na relva. Eu te olharei com o canto do olho e tu não dirás nada. A linguagem é uma fonte de mal entendidos. Mas, cada dia, te sentará mais perto...
No dia seguinte o principezinho voltou.
- Teria sido melhor voltares à mesma hora, disse a raposa. Se tu vens, por exemplo, às quatro da tarde, desde as três eu começarei a ser feliz. Quanto mais a hora for chegando, mais eu me sentirei feliz. Às quatro horas, então, estarei inquieta a agitada: descobrirei o preço da felicidade! Mas se tu vens a qualquer momento, nunca saberei a hora de preparar o coração... É preciso ritos.”
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"Tu te tornas eternamente responsável por aquilo que cativas."
(Trecho do livro o Pequeno Príncipe de Antoine de Saint-Exupéry)
EU GOSTO...
Gosto daquele amor que se recebe sem pedir,
Daquele carinho inesperado, verdadeiro...
Do beijo romântico e que parece se eternizar no espaço,
Do abraço apertado, acorrentado no coração.
Gosto daquele olhar envergonhado e diminuto,
Daquele sorriso sempre único e transparente,
Daquela mão sempre pronta para me segurar,
Da respiração ofegante e delirante de estar com você.
Gosto das brincadeiras sem sentido, sem nexo,
Das gargalhadas que vêm da alma, exageradas,
Do soninho no teu colo, no meu ninho,
Do teu querer-me sempre, do teu mimo.
Gosto de saber que gostas de estar comigo,
Não importa a hora, nem o tempo, nem o lugar,
Só o que te interessa é a minha presença, a minha pressa,
Só o te preocupas é a minha felicidade, a minha festa.
Gosto de saber que te faço feliz, assim como você me faz,
Que o teu futuro coincide com os meus sonhos, com o meu querer,
Que o teu sorriso vem de mim, e o meu de ti,
Que a nossa felicidade só depende agora de mim e de você.
Eu gosto de ter-te outra vez comigo,
De compartilhar contigo outras risadas, outros sonhos,
De te conhecer de novo, de te reconhecer de novo,
De ter você, de estar com você, de ser de você.
Sim, eu gosto e como gosto, das tuas mudanças, do teu prumo,
Da sua versão melhorada, mais ainda encantada,
Mas sem perder a sua essência, o seu brilho único,
Sem perder o você que me deixou e sempre me deixa tão apaixonada.
(Germana Facundo)
(para os apaixonados)
"Às vezes os dias se tornam bastante frios aqui
Uma certa interiorização é inevitável.
Para algumas pessoas não há nada melhor. Nada melhor do que explorar a própria caverna, estourar pipocas e celebrar a existência desse lugar que é só nosso. Nada melhor do que fugir um pouco das obrigações, pois muitas vezes até mesmo sair e se divertir se torna uma espécie de obrigação.
Mas não é assim com todos.
Algumas pessoas não conseguem ficar em paz consigo próprias. Não conseguem parar, diminuir o ritmo, desfrutar da própria companhia.
Na verdade muitas não conseguem passar uma única tarde pacífica na presença de seu próprio ser. Precisam estar sempre com alguém, ou fazendo algo. Não relaxam nunca e, se você parar para pensar, vai perceber que algumas pessoas precisam estar sempre em movimento, pois na verdade temem o encontro consigo mesmas. Como se lá dentro delas morasse uma espécie de monstro muito assustador e a única maneira de mantê-lo adormecido seria estar sempre longe dele.
Pessoas assim nunca podem voltar para casa, para essa casa interna, para seu próprio Eu. Precisam viver fora, na rua, na casa de outras pessoas.
Imagine se isso fosse algo real... imagine que agora mesmo tivesse um horrendo monstro adormecido morando lá na sua casa... Mesmo com o maior frio, mesmo se tudo estivesse congelando e você tivesse que passar a noite correndo pelos corredores do escritório onde trabalha, isso seria melhor do que voltar para casa e ter que correr o risco de despertar o monstro.
Muitas pessoas vivem assim.
Acabam se tornando viciadas em trabalho, ou em compromissos sociais, ou acabam tendo que estar sempre grudadas a outro alguém. Tornam-se dependentes de coisas que as mantenham ocupadas e as mantenham longe de suas casas, longe de seus próprios Eus.
O fato é que, de tanto ficar longe, já nem sabem direito quem é que mora lá dentro delas, e abrem cada vez mais espaço para suas fantasias, que as assombram com histórias sobre dragões que matam pessoas com suas labaredas de fogo e leões gigantes devoradores de cabeças.
Será que isso é mesmo verdade? Será que existe mesmo um monstro tão assustador lá dentro de você?
Há quanto tempo você não se aquieta e faz uma visita a seu próprio Eu? Há quanto tempo não se senta carinhosamente a seu próprio lado, sem tanto preconceito? Há quanto tempo não olha no espelho com interesse por aquela pessoa que o fita do lado de lá?
Será que precisamos mesmo fugir de nós mesmos?
Pois eu lhes direi o que penso...
Acredito que o que quer que exista lá, dentro de você, precisa da sua presença e atenção. Se existir mesmo um monstro, ele precisa da sua presença pois você é o único capaz de curá-lo.
Ao aceitar olhar para dentro, eu lhes digo com toda a certeza que vem da minha alma, você encontrará muito mais do que monstros assustadores. Você encontrará heróis, sábios, guerreiros. Você encontrará vastos espaços cheios das coisas mais maravilhosas. Lindos cristais, fontes sagradas, sabres de luz, arcas de tesouros.
Você encontrará sua luz, sua verdade e toda a sabedoria necessária para transformar esse dragão no seu maior protetor.
Você não vai permitir que o medo de um dragão o impeça a se apropriar de toda a beleza que espera por você, vai?"
Patricia Gebrim (é Psicóloga Clínica e Escritora, atua numa abordagem transpessoal. Seu trabalho é direcionado a favorecer o autoconhecimento e a transformação das crenças limitadoras que nos mantêm aprisionados a padrões repetitivos de escolhas.)